O que que se faz com o já feito?
Me diga:
O que que se faz com o desfeito?
Com o imperfeito?
Com o teu jeito?
O que que se faz com o defeito?
Me diga:
Onde ficam escondidos os defeitos dos perfeitos?
Ah, os perfeitos!
Será que só Pessoa que era vil, mesquinho e infame?
Vai, me diga:
Será?
Onde está?
Cadê o teu preconceito,
Teu pensar estreito,
Tua bunda de fora?!
Mostre, vai!
Sentirá-se melhor.
E eu também!
terça-feira, maio 31
Sábia e Reflexiva Dona Uda 2
Ao saber que os homens descendem do macaco e não de Adão e Eva:
"Caramba, bem que eu percebo que algumas pessoas são bem parecidas com macaco. O filho do Miltinho é igualzinho a um miquinho".
"Caramba, bem que eu percebo que algumas pessoas são bem parecidas com macaco. O filho do Miltinho é igualzinho a um miquinho".
Be Atriz Intrépida
Ah, isso é uma das coisas mais belas que alguém já fez.
Olha, olha! Será? Será que o tempo passa? Será que eu posso não andar com os pés no chão? Será que é divina? E se ela um dia despencar do céu? O que fazer com os pagantes? O que fazer comigo? Me leva pra sempre, vai. Me leva nessa máquina do tempo. Será que o tempo realmente passa? O tempo como grande estrela no anfiteatro, modelando o artista ao seu feitio com seu lápis impreciso" (O tempo e o artista).
“Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Diz quantos desastres têm na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz”.
(Beatriz – Chico na voz do Milton)
Olha, olha! Será? Será que o tempo passa? Será que eu posso não andar com os pés no chão? Será que é divina? E se ela um dia despencar do céu? O que fazer com os pagantes? O que fazer comigo? Me leva pra sempre, vai. Me leva nessa máquina do tempo. Será que o tempo realmente passa? O tempo como grande estrela no anfiteatro, modelando o artista ao seu feitio com seu lápis impreciso" (O tempo e o artista).
“Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Diz quantos desastres têm na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz”.
(Beatriz – Chico na voz do Milton)
sábado, maio 28
Ué 2
-Pô, cara, não quero mais ser flanelinha não. Descobri o que quero.
- O que?
- Pô, quero treinar o time mirim lá da comunidade.
- Por quê?
- Pô, lembra do Gabina, cara? De como a gente gostava dele?
- Sim, lembro.
- Pois é, quero que aquela garotada goste de mim daquele jeito.
- Mas isso não dá dinheiro. O Gabina não recebia nada.
- Não?
- Não, ué.
- Porra, cara. Você tá sempre estragando meus planos com os seus "ués". Ainda te enforco nessa gravata aí!
- O que?
- Pô, quero treinar o time mirim lá da comunidade.
- Por quê?
- Pô, lembra do Gabina, cara? De como a gente gostava dele?
- Sim, lembro.
- Pois é, quero que aquela garotada goste de mim daquele jeito.
- Mas isso não dá dinheiro. O Gabina não recebia nada.
- Não?
- Não, ué.
- Porra, cara. Você tá sempre estragando meus planos com os seus "ués". Ainda te enforco nessa gravata aí!
quinta-feira, maio 26
segunda-feira, maio 23
Com sotaque
Entre Poconhoncas e Piritina,
ficava Potora,
Poconhoncas do abacate,
Potora da amora.
Em Piritina, perdeu as botas,
em Potora, as meias,
em Poconhoncas, as veias,
em Jubiruba, as teias.
Teias de aranha,
cidade chafariz,
o povo jubirubense
só pretende ser feliz.
Feliz no chafariz,
chafariz que vem de cima,
versos infantis,
com pingos que molham
os cabelos e o nariz.
A luz de gás néon,
mergulhada na água com açúcar,
dá o tom.
A pedra machuca,
a onda relaxa.
Relaxa tanto,
que queria ser onda
pra fazer relaxar,
apesar da turbulência.
E lá de cima, os aviões avistam os navios.
Ou seria o contrário?
ficava Potora,
Poconhoncas do abacate,
Potora da amora.
Em Piritina, perdeu as botas,
em Potora, as meias,
em Poconhoncas, as veias,
em Jubiruba, as teias.
Teias de aranha,
cidade chafariz,
o povo jubirubense
só pretende ser feliz.
Feliz no chafariz,
chafariz que vem de cima,
versos infantis,
com pingos que molham
os cabelos e o nariz.
A luz de gás néon,
mergulhada na água com açúcar,
dá o tom.
A pedra machuca,
a onda relaxa.
Relaxa tanto,
que queria ser onda
pra fazer relaxar,
apesar da turbulência.
E lá de cima, os aviões avistam os navios.
Ou seria o contrário?
domingo, maio 22
Ué
- E aí, como andam as coisas?
- Estou começando minha vida profissional.
- Ah, é? Em que?
- Flanelinha.
- Flanelinha?
- É, flanelinha. Dá dinheiro.
- Ahh..
- O que foi?
- Nada, ué.
- Ué porquê?
- Ué, só falei ué.
- Ihhh, falou ué mais duas vezes. Qual o problema?
- Nada, ué.
- Porra, vai tomar no cú com o seu ué! O que você anda fazendo?
- Tô trabalhando naquela empresa de computação.
- Ah é, de gravata?
- Não, não. Normal.
- Normal como?
- Normal, ué.
- Porra, vai se fuder! Ué de cú é rola!
- Estou começando minha vida profissional.
- Ah, é? Em que?
- Flanelinha.
- Flanelinha?
- É, flanelinha. Dá dinheiro.
- Ahh..
- O que foi?
- Nada, ué.
- Ué porquê?
- Ué, só falei ué.
- Ihhh, falou ué mais duas vezes. Qual o problema?
- Nada, ué.
- Porra, vai tomar no cú com o seu ué! O que você anda fazendo?
- Tô trabalhando naquela empresa de computação.
- Ah é, de gravata?
- Não, não. Normal.
- Normal como?
- Normal, ué.
- Porra, vai se fuder! Ué de cú é rola!
sábado, maio 21
sexta-feira, maio 20
Apple Pie
Andando em linhas porcas,
em tortas de maçã,
por portas sem maçanetas.
Linhas tortas maçantes!
Linhas porcas traçantes!
Rastejantes, humilhantes,
deploráveis, infindáveis.
Novas linhas marcantes,
esperando a esperança
que resta na lembrança.
Lembrança de criança.
Linhas novas cativantes!
em tortas de maçã,
por portas sem maçanetas.
Linhas tortas maçantes!
Linhas porcas traçantes!
Rastejantes, humilhantes,
deploráveis, infindáveis.
Novas linhas marcantes,
esperando a esperança
que resta na lembrança.
Lembrança de criança.
Linhas novas cativantes!
terça-feira, maio 17
Don´t leave me cry
Já quis ser música, desejo complicado, acreditando dessa maneira evitar sofrimentos. Que bobeira, isso foi antes de perceber que certas músicas sangram, Gonzaguinha sabe bem. Hoje peço menos, quero ser apenas um falsete prolongado, um falsete de “high and dry” ou “fake plastic tree”.
“Don´t leave me high, don´t leave me dry”. “Kill yourself to never ever stop”. "She tastes like the real thing, my fake plastic love". "If I could be who you wanted all the time..".
Acho que esse desejo esdrúxulo surge da vontade de prolongar alguns momentos da vida como em um falsete. Falsete real. A interrupção abrupta que, por vezes, é falsa. Prolongamentos, como em falsetes, seriam mais reais, acho eu. Em certos casos. Ahhhhh....
“Don´t leave me high, don´t leave me dry”. “Kill yourself to never ever stop”. "She tastes like the real thing, my fake plastic love". "If I could be who you wanted all the time..".
Acho que esse desejo esdrúxulo surge da vontade de prolongar alguns momentos da vida como em um falsete. Falsete real. A interrupção abrupta que, por vezes, é falsa. Prolongamentos, como em falsetes, seriam mais reais, acho eu. Em certos casos. Ahhhhh....
sexta-feira, maio 13
Sintoniza aí!
A Rádio Brega “Cordão de Pérolas” está de volta com mais uma música arrebatadora, emocionada, exagerada e rasgada como a vida deve ser.
O trecho abaixo se repete na música, mas gostaria de deixar claro que me refiro à parte em que a Montserrat canta e o Freddie Mercury repete o que ela diz, parecendo bastante com as traduções do “Good Times 98”.
Que voz! Caralho voador!
How can I go on
From day to day?
Who can make me strong in every way?
Where can I be safe?
Where can I belong
In this great big world of sadness?
How can I forget
Those beautiful dreams that we shared?
They're lost and they're no where to be found
How can I go on?
(Freddie Mercury)
O trecho abaixo se repete na música, mas gostaria de deixar claro que me refiro à parte em que a Montserrat canta e o Freddie Mercury repete o que ela diz, parecendo bastante com as traduções do “Good Times 98”.
Que voz! Caralho voador!
How can I go on
From day to day?
Who can make me strong in every way?
Where can I be safe?
Where can I belong
In this great big world of sadness?
How can I forget
Those beautiful dreams that we shared?
They're lost and they're no where to be found
How can I go on?
(Freddie Mercury)
quinta-feira, maio 12
Idéias Cazuzianas
Parto do ponto de partida de que há dois partos:
o parto da parida e o parto da partida!
o parto da parida e o parto da partida!
terça-feira, maio 10
Poema Velho
Sem canto,
meu canto
quer um colo
pra deitar.
Me encanto,
enquanto
controlo
esse lugar.
Sem manto,
nem santo,
peço um tango
pra dançar.
Seu pranto
diz tanto,
que me espanto
em pensar
Seu mudo,
diz tudo,
contudo
já não dá.
meu canto
quer um colo
pra deitar.
Me encanto,
enquanto
controlo
esse lugar.
Sem manto,
nem santo,
peço um tango
pra dançar.
Seu pranto
diz tanto,
que me espanto
em pensar
Seu mudo,
diz tudo,
contudo
já não dá.
domingo, maio 8
Lá na Coppe...
Já duvido de qualquer um que queira me explicar os mecanismos da vida, seus paradigmas, questões mais importantes, questões universais, questões gerais. Não há intelecto humano que capte as particularidades presentes em cada um. Não há questões gerais, universais, acho eu.
Agora, duvido ainda mais de quem quer fazer isso usando a calça acima do umbigo. Aí não dá, sai de casa!Larga os livros! Ajeita essa calça!
Agora, duvido ainda mais de quem quer fazer isso usando a calça acima do umbigo. Aí não dá, sai de casa!Larga os livros! Ajeita essa calça!
sexta-feira, maio 6
Criança Esperança 2005
Tão longe de mim
So far away from me
Tão próxima de mim
So close to me
Não faz idéia do quanto
do tanto
no manto
esperanto
esperança
criança
lambança
matança
Na central
deu no jornal
morreu
escafedeu-
se
sê
criança lambuzada
matança esperada
ou seria esperançada?
Imaginada?
Imaginem só
nenhum paraíso, nenhum inferno
Muitos Lennons!
Sem matanças esperadas
só crianças lambuzadas
So far away from me
Tão próxima de mim
So close to me
Não faz idéia do quanto
do tanto
no manto
esperanto
esperança
criança
lambança
matança
Na central
deu no jornal
morreu
escafedeu-
se
sê
criança lambuzada
matança esperada
ou seria esperançada?
Imaginada?
Imaginem só
nenhum paraíso, nenhum inferno
Muitos Lennons!
Sem matanças esperadas
só crianças lambuzadas
terça-feira, maio 3
No butecão da feira:
Brincando com o poema do Mario Quintana:
todos esses que aí estão
comendo salmão e tomando vinho,
eles passarão...
eu frango à passarinho!
todos esses que aí estão
comendo salmão e tomando vinho,
eles passarão...
eu frango à passarinho!
segunda-feira, maio 2
Precisa-se de um novo
Obrigado a presenciar o sucumbimento do nível do futebol brasileiro (o jogado aqui), a ponto de não aguentar ver um jogo do meu flamengo por mais de 10 minutos e de querer estar cada vez mais longe do Maraca, eu fico com as palavras do Drummond. Atenção especial para a parte em negrito. Que coisa bonita!
"Se há um deus que regula o futebol,
esse deus é sobretudo irônico e farsante,
e Garrincha foi um de seus delegados
incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.
Mas, como é também um deus cruel,
tirou do estonteante Garrincha
a faculdade de perceber sua condição de agente divino.
Foi um pobre e pequeno mortal
que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas.
O pior é que as tristezas voltam,
e não há outro Garrincha disponível.
Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho."
Carlos Drummond de Andrade
"Se há um deus que regula o futebol,
esse deus é sobretudo irônico e farsante,
e Garrincha foi um de seus delegados
incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.
Mas, como é também um deus cruel,
tirou do estonteante Garrincha
a faculdade de perceber sua condição de agente divino.
Foi um pobre e pequeno mortal
que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas.
O pior é que as tristezas voltam,
e não há outro Garrincha disponível.
Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho."
Carlos Drummond de Andrade
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