segunda-feira, janeiro 3

OS LivroS

Há quem diga que a psicologia não se entende com a sociologia. Eu, que nada sei sobre ambas e que nunca li nada a respeito dessa cisão, ou seja lá o que for, me permitirei opinar. Afinal, esse espaço é justamente pra que eu veicule minhas opiniões, por mais que não tenha base alguma para isso. Falo aqui das bases teóricas, pois a vida, por vezes, se encarrega de trazer alguns fatos que tratamos como nossas verdades.

Já ouvi comentários de que a psicologia não era aceita na Rússia comunista por ser considerada uma ciência (?) burguesa. Entendo que esse argumento acredita que tratar o indivíduo desconsidera o social. Bom, espero que os que entendem mais do assunto do que eu, corrijam o que vou falar agora.

Não acredito que o indivíduo possa pensar no social sem resolver suas angústias, medos, ansiedades, ou seja, compreender sua individualidade na sociedade. “Os Sonhadores”, filme em cartaz, me fez pensar que enquanto não entendermos que nos implicamos em todas as nossas decisões, enquanto não desmistificarmos a falácia do altruísmo, enquanto não conhecermos nossas limitações, nunca pensaremos no social de uma maneira sincera e objetiva. Não tenho a intenção aqui de sugerir a eliminação da subjetividade, nem da racionalização das emoções, dos sentimentos. Apenas gostaria que estes não fossem meros artifícios para alimentação do nosso próprio ego.

(Não consigo enxergar com clareza o limite entre a subjetividade e a objetividade. Alguns dizem que tenho a tendência a racionalizar demais, e eu, por vezes, concordo. Mas nem sempre sabem o que se passa aqui dentro. A racionalização pode ser apenas um artifício que uso para conter minhas emoções, colocá-las em limites definidos, como em uma caixinha, de tal forma que eu possa observá-las, manipulá-las, colocá-las de cabeça pra baixo, sacudir pra ver se são firmes mesmo e mudar caso precise).

Voltando, após esse grande parênteses, acho que a psicologia tem muito a oferecer aos sociólogos. Nem que seja pra mostrar que a vaidade humana é tão grande que as ciências isoladas passam a ser o fim e não um meio. As ciências e as não-ciências isoladas me fascinam. Juntas, se é que se juntam, não conseguem resolver problemas menores. Chegamos à lua, e PARA isso alguns milhões de indivíduos morrem de fome. Há briga por recursos, o que pode ser observado, com muita facilidade, nas Universidades. Não há um comprometimento comum, uma causa de todos, um objetivo único. E seus intelectuais sequer se dão conta disso.

Insisto, enquanto não conhecermos nossos limites, desejos, angústias e medos não avançaremos em nada. Continuaremos utilizando nossa limitadíssima visão de mundo para tentarmos afirmar nossas verdades, sem a preocupação de entendermos as outras verdades, que são infinitas, como as possibilidades da vida.

Hoje, acredito que nunca ocorrerá uma Revolução sem uma prévia ou, ao menos, concomitante Revolução do Indivíduo.

Relatos fotográficos

Pra que não digam que foi tudo histórico de pescador, eis as provas da saga em Macaé.