segunda-feira, fevereiro 19

Quase 4 meses

E sigo sonhando
e sigo vivendo.

Vivendo sonhando a vida que o sonho me trouxe.

Pra ele acendo uma vela.

Andressa

Não mais que 9,
menina.

Com a toalha sobre os ombros,
evita a dor que o peso das bebidas
pode causar em sua coluna de
menina.

Aprende rapidamente a dissuadir
e facilmente esconde a sua face de
menina.

Menina,
não mais que 9,
sonha com o dia em que a tratem como
menina.

Em que não mais precise
usar as forças que não tem
para sustentar o peso das latas
que destróem a sua coluna de
menina.

Faz doer a minha alma
pela possibilidade de ser
a minha menina,
que antes dos 9
se utiliza de uma toalha
para diminuir a dor
que não sabe ser causada
pela frieza dos que não entendem nada de
meninas.

Só sentimos por conta da possibilidade de vivermos,
se é que me entendem.

sexta-feira, fevereiro 9

Dorme

Quando dormes, pareces o anjo que imagino
Quando acordas, és a mulher que desejo
Quando desejas, sou o homem que queres
Quando queres, nem sempre te satisfaço.

Diferimos em número, gênero e grau
Assemelhamo-nos em número, gênero e grau
És singular quando sou plural
Sou plural quando és singular.
Por vezes convergimos.

Se queremos de nós algo maior,
Se queremos dar fruto a outro ser,
Precisamos convergir na divergência
E buscar nos dias tortos,
A congruência de nossos passos tortos.

Não sei o que nos espera,
Além de uma lembrança eterna,
De um carinho gigantesco
E de um amor já sentido
Que nunca se “dessente”.

Seja lá o que for, meu bem,
Seja lá quem encontremos nos blocos
E o que o for acontecer,
Já te amo para sempre.

Poucos entendem o para sempre,
Mas certo de que sabes
Que certos sentimentos são eternos,
Por mais que momentâneos,
Deixo-te em paz,
Na calada da noite,
Pois assim a vida te quer.

Doce, suave, áspera, fogosa,
Cínica.

Te amo!