domingo, agosto 7

Amor de fôrma

Eu aqui, ouvindo Belchior,
Pensando em ré menor,
Sei que a vida urge
E não hei de deixar meu blusão de couro,
Que ainda não tenho,
Se estragar no armário.
Será na estrada,
Na maldita e desejada estrada
Que me faz inventar meu próprio ser.

“O amor somente é tão banal”
Tão tão tão, que vem sendo vendido na padaria.
Dizia a menina desesperada: “me vê dez amores franceses, por favor”.
Tão tão tão mais fácil,
Que quando acabava, bastava pedir mais dez.

Ah, maldita mania de falar da praticidade dos outros.
Maldita mania de pensar na complexidade do eu.
Maldito egocentrismo que teima em banalizar o que há de diferente.
Narcisismo idiota!

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