quinta-feira, julho 7

Papos rápidos

Eu também quero saber. Ah, quem não quer? Aliás, esse cérebro eletrônico não me dá socorro. Faz quase tudo, mas é mudo. Comanda, mas não anda. Gostei muito, Sarcé. Fico aqui rindo da cara de tacho desse computador que acha que tudo pode, mas não consegue sair pra passear. Ele até fala algumas coisas hoje em dia, mas se o Gil dissesse isso naquela época iam falar que era papo de maconheiro.

Ah, eu falava sobre o que queria saber, mas a música acabou e esqueci o que queria. Agora tô pensando no tempo em que o medo era motivo de choro, desculpa para um abraço ou um consolo. Um abraço de uma coisa sua que ficou em mim é uma cena linda, linda demais. Putz, o abraço de uma lembrança. Que imagem bonita. Coisas que ficam, que não têm fim. Isso é deveras bonito. Ah, desculpa, eu queria falar “deveras” de alguma maneira.

Agora tô vendo tudo enquadrado. Não é a cachaça-com-madeira-dentro-que relutei-contra-mas-não-resisti. É a Adriana aqui no rádio. Ah, que bonito, esse rádio tá tão legal hoje. E eu tô tão bobo. Mas bobo mesmo é o Gonzagão com a Mariana. Chegue aqui minha bichinha, chegue mais, amor. Dê um choro bem cheiroso aqui no seu vovô. E o ciumento do pai: Se o vovô ganhou um cheiro, eu também quero ganhar. Haha, menina de sorte!

Sabe, meu coração, sei lá porque, fica assim, tá vendo? Ih, é versão instrumental!

Mas sabe, a gente fica até sem querer ler jornal. Deprime. Seria medo de perder a inocência? É isso? Mas não tem jeito. São os revides, sabe? Ninguém mais acha que tá errado. Tá todo mundo compensando de alguma maneira a injustiça sofrida. Tá todo mundo querendo pegar a sobra. As pessoas estão vivendo das sobras. É como se todo dia fosse o último dia. Como se não houvesse amanhã? Mas precisa haver amanhã? É burrice, é muita burrice. Será que a gente não percebe? Eu ia escrever: “Será que eles não percebem”, mas tá todo mundo querendo tirar o rabo da jogada e vi que tava fazendo exatamente isso. Será que não percebemos que isso é autoflagelação? Não acredito que haja tanto masoquista!

Mas, deixando o resto pra lá, eu quero a morena dos olhos d’água. Porque apesar de tudo, a vida ainda vale o sorriso que eu tenho pra lhe dar.

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